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Livro Digital Adobe Digital Editions Programa indispensável para download. ISBN: 9786556521176 Edição: 1 Ano: 2021

Tornar-se negro ou índio: a legalização das identidades no Nordeste brasileiro

Autor(es): Jan Hoffman French
Obras do autor

No sertão nordestino assolado pela pobreza, grupos de camponeses têm sido reconhecidos como tribos indígenas ou descendentes de antigas comunidades de quilombo pelo governo brasileiro desde a década de 1970. Neste livro, a autora explica como dois desses grupos, vizinhos e aparentados, passaram a se autoidentificar como distintos do ponto de vista etnorracial e recorreram a leis federais diferentes em sua luta por reconhecimento e terra. Os efeitos dos novos reconhecimentos tribais e quilombolas são com frequência vistos pelo prisma do discurso racial. Contudo, é importante entender que o discurso racial no Brasil opera de forma diferente dos Estados Unidos, que se orientam pela regra histórica da hipodescendência (a "lei de uma gota de sangue") e anos de definições legais baseadas no sangue e na genealogia. No Brasil, há pessoas que podem parecer brancas, mas se autoidentificam como negras, e pessoas que aparentam ser negras, mas se autoidentificam como indígenas. Isso ocorre porque no Brasil, o compromisso político frequentemente antecede a designação racial; nos Estados Unidos, a designação racial quase sempre tem precedência sobre o compromisso político. Este não pretende ser mais um livro sobre relações raciais, lutas indígenas ou o movimento de consciência negra no Brasil; sua preocupação é fundamentalmente com a forma como cada uma dessas questões se inter-relaciona com - e pode até reformular - a lei e seus efeitos sobre a vida de pessoas como as que habitam as margens do rio São Francisco no Mocambo e a ilha de São Pedro.

Capa 
Folha de Rosto 
Dedicatória 
Créditos 
Mapas e ilustrações 
Lista de abreviações 


Prefácio 
Introdução: a globalização de direitos e a legalização das identidades 

Negociação pós-legislativa e governamentalidade 
Legalizando a identidade: para além da hipótese da mutualidade 
Uma definição para a legalização das identidades 


Capítulo 1. A localização das identidades na paisagem religiosa do sertão 
O Nordeste e o sertão no imaginário brasileiro 
O Mocambo e a ilha de São Pedro na paisagem sertaneja 
A Teologia da Libertação e seu trabalho no sertão 


Capítulo 2. Podemos não parecer índios, mas somos 
Uma história nunca contada: a pré-história esquecida 
Oligarquia, clientelismo e mudanças a caminho 
A chegada da Teologia da Libertação ao sertão 
“Depois do conflito veio a história” 
Invasão da ilha em desafio a liminar 
Primos do outro lado do rio: rivalidade e origens 
Promessa de identidade – ou miragem de libertação? 
“Índio sem terra não é índio” 
A legalização das identidades na prática: o Estatuto do Índio de 1973 
Assembleias indígenas e confrontos com proprietários de terra: um futuro negro pela frente? 


Capítulo 3. A construção de fronteiras e a criação de fatos jurídicos: morre um proprietário de terra, nasce um quilombo 
Novas gerações: terra e libertação 
Um belo dia: revendo a história 
De meeiros a posseiros a quilombolas: como pessoas sem acesso à lei tornaram-se sujeitos de direito 
Negociação pós-legislativa do artigo 68 
O que a memória não havia contado 


Capítulo 4. Brigas de família e política etnorracial: o que isso tem a ver com a terra? 
As disputas e a política do reconhecimento como quilombo 
De mucambo a mocambo, de remanescente a quilombola: o que há num simples nome? 
Complicações com o título da terra: cuidado, pois o que foi pedido pode ser concedido 
Juntos por um dia: laços que se (des)fazem 


Capítulo 5. Processos culturais: autenticidade e legalização da diferença 
invadir a ilha, tornar-se xocó e transformar um modo de vida 
Danças sagradas, encontros secretos e estados alterados 
Os sentidos culturais da terra no mocambo 
Samba de coco: canções sobre negros e índios 


Capítulo 6. Enterrado vivo: a história de uma família torna-se a história de um quilombo 
A peça é a chave 
A África e a construção do art. 68 
A história de Antônio do Alto torna-se a narrativa da fundação do quilombo Mocambo 
Eixo de mudança: perspectivas culturais sobre categorias legislativas 
O eixo de continuidade representacional: a mito-história ancorada em narrativas da escravidão 
Performance cultural e terra 


Conclusão 
Direito e sangue: uma comparação entre o reconhecimento Xocó e a situação dos índios nos Estados Unidos 
Os direitos de afrobrasileiros e índios durante a primeira década do século xxi 
Justiça social e o reconhecimento de novas identidades etnorraciais pelo Estado 
Referências bibliográficas 
Entrevistas 
Agradecimentos 

 

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